Sobre âncoras e balões

Está aí o nosso contraste. Sem querer, sem pensar. Ao acaso, entre a vodka (sua) e a cerveja (minha). Está aí o ponto pra você levar alguma coisa, qualquer coisa minha a sério. 

Sobre âncoras: pesadas, fixas. Buscam a terra, o chão firme, o oposto do céu. Conhecem mares, portos. Estão ali para garantir que nada sairá do lugar, para manter os "pés" no chão. E quantos navios será que já foram traídos ou salvos por elas? É como o barbante para o balão: está ali para segurar. Donas de si, entre as correntezas que só elas sabem, prometem segurança.
Sobre balões: eles voam. Vão ao longe no céu, perdem-se, misturam-se entre as nuvens. Deles, quando não estouram, ninguém sabe o rumo. Alguém será que já pegou um balão do céu? Alguém, em algum avião, já os viu passando? Sobre balões, leveza e incerteza, pés fora do chão, a vida entregue à força do vento. Coloridos, distintos, delicados.

Eu não sei se você prefere balões ou âncoras. Não sei se sonha em voar ou mergulhar, se quer tirar os pés do chão ou algum porto para descansar. Eu não sei das suas incertezas, mas entre as metáforas e as realidades da vida, podemos dizer que te ofereci as duas coisas. Você sabe, ou deveria saber, pacotes completos sempre podem ter defeitos, mas nada que não se conserte.

Entre o balão que estourou e a âncora que "roubei", você fica no meio-termo dos lugares onde o vento ou a maré podem me levar. Entre o fundo do mar e o infinito do céu, eu posso ser o barbante do teu balão?
Compartilhar no Google Plus

Autor: Camila Costa

Dizem que "essa guria tem uma caneta no lugar do coração". É gaúcha, jornalista e quase adulta com 23 anos. Um dia chega lá.
    Blogger Comment
    Facebook Comment

0 comentários:

Postar um comentário