O expor das palavras e de si

Voltei a escrever por aqui. Fiquei uns longos dias longe, um pouco por falta de tempo e outro tanto porque me escondo às vezes. Expôr a alma dá medo, não é? E eu andei relutante sobre expor as minhas palavras.

A gente sai falando, fazendo, escrevendo, cantando, expressando-se, e, vez ou outra, pisa no freio. Para no meio da estrada porque o carro faz barulho estranho ou o pneu furou. Para porque a vida faz parar. Na verdade, a gente sente medo do mundo lá fora; medo de acelerar demais. É, medo, nunca sentiu? Até o mais seguro dos mortais já sentiu medo. Porque a gente tenta se convencer de que há coisas que são nossas e somente nossas, que o mundo não nos merece. Ah, tem dias que assumo: o mundo não nos merece mesmo. Mas temos voz, e todo outro tipo de expressão a nosso favor. Temos coragem tanto quanto temos medo. Então, "damos as caras". Mostramos quem somos. Revelamos aquilo que os outros nem sabiam de nós. E o medo? Foi dar uma voltinha. Foi nos deixar "dar as caras" pelo mundo e ver quem nos dá carinho e quem nos dá tapas.

Quem somos é o que está em jogo sempre que nos mostramos. Entretanto, quem realmente somos nunca vem à realidade. Há partes de nós guardadas, bem escondidinhas. E chega a ser uma pena certas partes intimidarem-se tanto. Por isso o meu texto é curto, mas muito meu. Muito corajoso para falar do medo. Porque para ser e falar do que se é, precisa ter coragem, mesmo assolado em cautela. Hoje foi pouco, mas amanhã, quem sabe, eu volto a engrandecer as frases, palavras e histórias. O amanhã é sempre mais bonito enquanto não chega.
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Autor: Camila Costa

Dizem que "essa guria tem uma caneta no lugar do coração". É gaúcha, jornalista e quase adulta com 23 anos. Um dia chega lá.
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