Amor, o som do carro do vizinho não é igual. O barulho que a porta faz, avisando que precisa de um pouco de óleo, também não. O cheiro do restaurante por onde passo todas as manhãs, está diferente. A textura das minhas roupas parece outra.
Eu quero saber se você vê o que faz no meu mundo. Ou será que pensa que são só palavras e mais palavras? Ou será ainda que você não entendeu nada do que os meus olhos aflitos te contaram? Eu quero saber se você sabe da alegria que traz toda vez que vem... E dos dias que mudou. Dos sons e os cheiros e as coisas todas que transformou. Será que você entende do meu amor?
Amor, ontem eu te escrevi duas cartas. Uma eu tratei logo de rasgar, me deu medo de você prestar atenção demais nos exageros naturais do amor do que na minha felicidade sobre nós. A outra guardei aqui, num canto só meu. Dela não tenho medo, pelo contrário. Só quero fingir que posso manter em segredo até daqui a cinco anos te entregar e rirmos por nada ter mudado, mesmo que já não seja mais segredo. Mas eu sei que entre nós tudo é a sete chaves no fundo do coração.
Eu quero saber se você vê o que faz no meu mundo. Ou será que pensa que são só palavras e mais palavras? Ou será ainda que você não entendeu nada do que os meus olhos aflitos te contaram? Eu quero saber se você sabe da alegria que traz toda vez que vem... E dos dias que mudou. Dos sons e os cheiros e as coisas todas que transformou. Será que você entende do meu amor?
Amor, ontem eu te escrevi duas cartas. Uma eu tratei logo de rasgar, me deu medo de você prestar atenção demais nos exageros naturais do amor do que na minha felicidade sobre nós. A outra guardei aqui, num canto só meu. Dela não tenho medo, pelo contrário. Só quero fingir que posso manter em segredo até daqui a cinco anos te entregar e rirmos por nada ter mudado, mesmo que já não seja mais segredo. Mas eu sei que entre nós tudo é a sete chaves no fundo do coração.
Se você quiser emoções, eu tenho, ainda mais do que uma música do Roberto Carlos. Se você quiser sonhos, eu os crio sem nem mesmo dormir. Se você quiser silêncio, eu sou mestre. Se quiser assunto, eu leio todos os jornais do mundo. Se você quiser o que eu não tenho ou não sou, me perdoa... Me dá a mão e vamos ser melhores por aí.
Amor, as coisas não são mais as mesmas. São melhores, logo comigo, que me acostumei às piores. Venha um dia após o outro, como vem as coisas boas. Venha com essa calma, esse passo arrastado tão igual ao meu. Venha quase não querendo, mas vindo. Venha para ficar, e mudar, e querer.
Amor, as coisas boas são as nossas. E eu não sei do que eles fazem o mundo lá fora... Eu só vivo aqui dentro, onde você mora e eu te adoro.
E eu até queria te chamar de outro jeito, mas qual palavra é mais bonita do que o "amor"?
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