Eles saíram, jantaram, viram aquele filme da moda no cinema, cumpriram todos os protocolos de tentativas de fazer dar certo um primeiro encontro, em busca de um segundo, quem sabe. Riram, conversaram, aproveitaram. Quem passava até diria que aqueles dois estavam juntos há anos. Mas cada sorriso dela era tão friamente controlado, e cada agrado dele era tão bem decorado, que no fundo eles sabiam que não passaria muito daquilo. Eram emoções disfarçadas e fingidas tentando agradar aquela outra pessoa pelo menos por uma noite. No fim da noite acabariam cada um em sua casa, após se despedirem dizendo que a companhia do outro é muito agradável e podem ser ótimos amigos. É, amigos. A palavra amigos é praticamente o código para entender que a outra pessoa também não se sentiu tão feliz e à vontade assim como pareceu, e também não faz questão de um segundo encontro.
Quantas e quantas pessoas passam por isso todas as noites e dias, pensando que milagrosamente podem achar o amor de suas vidas? Isso só deixa tão claro o fato de que o amor nunca sai de moda, por mais que nenhum de nós queira assumir essa procura incansável. Todos querem sentir, todos procuram por aquele amor que vai trazer as sensações mais exclusivas e nunca antes tidas. A tal “pessoa especial”. Mas negamos até o fim essa procura. Amor? Não, isso é bobagem. Eu, me apaixonar? Nem em outra vida. Dois dias depois lá estamos nós, “em outra vida”, em mais um encontro fajuto e forjado buscando o amor, mas negando como sempre.
Sabe aquela história que diz que as coisas mais incríveis acontecem nos momentos menos esperados? É verdade. Então, quando você sair de casa atrasada, com o cabelo mal arrumado, com as folhas caindo, com a bolsa aberta e o chaveiro perdido, ali o amor vai aparecer. Quando ele estiver correndo após o horário do almoço, com o terno sujo e a pasta caindo, ali o amor vai aparecer. Quando acharmos que é o momento menos propício, aí sim é a hora de abrirmos os olhos e enxergarmos de outra forma tudo que nos rodea, porque o amor sempre se encontra presente nos detalhes mais inocentes, nos olhos mais cansados e nas cabeças mais atordoadas. Você não precisa ficar se preocupando com a procura ou quanto tempo levará até o seu coração bater descompassado. Quando for a hora, você reconhecerá. Em mil encontros de uma noite ou várias que você possa ter, saberá sentir quando for amor. Achará bonito até o jeito da outra pessoa de respirar. Aquelas coisas que não suportaria em outras pessoas, aguentará um vida inteira em um só alguém. Vai querer brigar, mas vai dizer que ama, assim mesmo, no meio de uma briga enquanto você perdeu completamente a postura, dirá o primeiro “eu te amo”. E pode apostar, não vai querer parar de dizê-lo.
Encontro de verdade você vai ter uma vez só, sem marcar com o relógio ou com a vida. Meio sem esperar, ou não esperando nada mesmo. Amor, aquele que é o amor da sua vida, vai ser só uma vez. Claro que precisamos também dar chance. Mas não se engane, esteja você preparado (a) ou não, ele vai revirar tudo e vai chegar. O filho da puta do amor sempre chega como quem atropela tudo sem pedir licença. Porque amor não pede licença. Ele tem todos os direitos do mundo.
0 comentários:
Postar um comentário