Quando for dizer adeus


Nunca foi fácil se desligar de alguém importante. Dizer "adeus", na maioria das vezes, é não dizer nada. É silencioso. É um gesto de afastamento onde basicamente o adeus fica subentendido. E, justamente por ser silencioso, dói mais ainda.

Às vezes você se vê obrigado a dizer adeus. Vai acumulando tanta marca ruim e os perdões já não são mais tão simples assim, que as coisas acabam por acabar. É redundante mesmo. Dói porque ninguém quer dizer - ou subentender - um adeus. Dói porque os nossos esforços sempre são para que as coisas não acabem e o outro não perca a magia boa que tem para nós. Amamos as pessoas e, por amá-las, fazemos uma força grande para enxergar o melhor nelas. O problema é que nem sempre o melhor delas, é o melhor para nós. Nem sempre tudo que elas podem nos oferecer, é suficiente para o que precisamos. Então ficamos naquela insistência cega e que parece não ter fundamento, mas para nós, para o nosso coração, sempre tem. Essas coisas - pessoas - que vamos carregando insistentemente, começam a nos fazer mal. Enquanto ainda quisermos fazer o bem do outro a qualquer custo, tudo é válido. Porém, quando "esquecemos" disso, perde a importância. O que era alegria, vira um peso sem futuro.

Todo mundo está sujeito a magoar e ser magoado. E é na mágoa que os maiores "adeus" se dão. Certas coisas precisam simplesmente ficar longe para se curarem. É assim com as pessoas. Chega um certo ponto onde por mais que um queira o bem do outro, eles se autodestroem sabe-se lá por qual motivo. O adeus, ainda que não bem visto, é necessário. São coisas que podem acontecer em todo tipo de relação existente. Uma mágoa pode demorar tempo demais para ir embora. E, às vezes, um adeus é apenas um "até logo" disfarçado de fim para a esperança não fazer doer mais ainda.

Depois de tanta enrolação, o que eu quero dizer é que  por mais que alguém erre e o nosso coração sinta que nada pode voltar a ser como antes, o "adeus" não precisa ser tão ruim. O que fica do adeus não precisa corroer tanto por dentro. As cicatrizes que uma história deixa em cada um de nós, não são unicamente ruins. Eu sei que puxando lá no fundo da memória, você encontra momentos bons. Eu sei que um dia isso que hoje é desencontro, foi o maior dos encontros. Quando for dizer adeus - ainda que silenciosamente -, não leve só as lágrimas. Não leve a dor. Quando for dizer adeus, leve também um sorriso bom. Isso deixa a alma da gente mais leve. Independente do que possa ter acontecido, é sempre bom lembrar de alguém com uma ponta de carinho, mesmo se o alguém não mercer. O perdão e o alívio da decepção vem no seu tempo certo. Mas, por favor, quando for dizer adeus, leve tudo que houver de bom.
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Autor: Camila Costa

Dizem que "essa guria tem uma caneta no lugar do coração". É gaúcha, jornalista e quase adulta com 23 anos. Um dia chega lá.
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