Preciso dormir, mas antes de tudo eu preciso aprender a te deixar fora dos meus sonhos, da minha realidade e de mim. Que você fique numa lixeira qualquer de uma esquina longe da minha, num universo que não tenha o mesmo ar que o meu, num vômito de bebidas ou numa nova paixão. Da porta para fora, por favor - por mais lindos que sejam os teus olhos.
Você não entende... O meu corpo agora está exausto, cansado do dia a dia e ainda mais cansado de ti. Porque te carregar também me pesa quilos que ninguém enxerga. Parece de aparecer nas músicas, nas manchetes dos jornais em palavras do teu vocabulário, em fotos de olhos parecidos com os teus, em outdoors de avenidas com uma vírgula que separe o teu nome de algum outro. Vê se para de aparecer nos livros que eu quero ler e já leu, nas cidade que quero visitar e já foi, na vida que eu quero viver e não me deixas. No sonho... para! Eu preciso fechar os olhos sem que a tua imagem seja a última, a primeira, a quinta, oitava, todas.
Não mata o meu romantismo, não fere o meu orgulho já muito curto e não pisa na minha desleixada emoção. Não diga que a porta da minha casa não tem um convite aberto ao teu corpo. Eu não bebo vinho e já gastei uma garrafa te esperando. Me explica: por que toda madrugada é um resumo do dia sem ti? Por que eu sinto demais por te ter de menos, sempre?
Você não sabe a dor das coincidências... Os fatos te trazem, porém nunca te vejo por essas bandas de quem não dorme, embora saiba que o teu sono também é atordoado como o meu. E nessas bandas de quem nunca parece acordar, o pesadelo é sempre você.
"Ainda tem o teu perfume pela sala." Por todos os cantos que sempre foram teus, inclusive eu. Só me deixa dormir. Só me deixa sonhar que o amor é outro.
Ps: te vejo no nosso refrão.
A gente dorme e acorda pensando em quem não merece.
ResponderExcluirSei bem o que é isso.
Bjws, até breve.