O romantismo tem as suas cotas opostas de herói e vilão.
Aos outros, herói.
Aos meus dias, vilão.
Um eterno vilão que tenta ser o meu herói e me dar as saídas para tudo o que não depende de mim. São as palavras que o vento leva, os gestos que o tempo teima em querer apagar, os olhares que trocam de cores, os prazeres que viram dores... O romantismo que fica antagônico. Eu me perco sem achar as horas corretas para pular do barco e seguir com a correnteza para longe.
Pois bem, o esforço morre, ah, morre! Ele se atira exausto num pequeno caixão e lá fica, como se quase sangrar - ou sangrar propriamente - não fosse suficiente. Como se falar, amar e pedir não pudesse salvar. De quantos esforços o romantismo precisa para largar a máscara de vilão e vestir a capa de herói?
De quantas lembranças eu preciso para te relembrar?
Quantos amores para não me esquecer?
Quantas rimas para não te perder?
E quantos anos para eu me perdoar?
Isso não salva. Nem aquilo. Os outros amam, pegam para si cada ponto de mim que parece tão... suave. E eu sinto somente o áspero me arranhar. Tão bonito o romantismo, mas tão bonito... Lamento, porém, que uma flor de plástico sobreviva mais do que uma natural. Porque o romantismo é mesmo antagônico.
Se existe o seu lugar vago, não existe romantismo que me salve.
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De quantas lembranças eu preciso para te relembrar?
ResponderExcluirQuantos amores para não me esquecer?
Quantas rimas para não te perder?
E quantos anos para eu me perdoar?
Teus escritos são perfeitos.