Para o bem ou para o mal (eu nunca sei), roubaram a nossa paz. Decorei a cor do olho e o espaço entre os lábios sorrindo. Decorei a textura da voz e a flor do perfume. Um dia, para o bem ou para mal, aconteceu.
E de um dia foi se fazendo tantos outros. Costurando firme, ou não, a coberta que ainda nem entendia de inverno, mas já sentia o frio se aproximando. De um calendário inteiro, um turno ou dois, um mês ou um ano, uma etapa ou um clico: uma vida. Juntando tudo, dava o atropêlo e o atropelado. Eu e você, eu e alguém, eu e até ninguém. Solidão também é atropêlo. Ou não? Sim. Companhia é atropêlo. Ou não? Sim. De uma noite ou de um dia, tudo o que se fez ninguém sabia, mas como era bom, como era repetitivo o "bom", sempre urgente, passando por cima do exterior, fechando entre os dedos apertados o interior ainda mais apertado, que se revelou um aconchego à beira do precipício. E como é duro viver à beira do precipício sem saber onde está.
Dos mil detalhes que decorei, guardo em mim a saudade. Que me atropele mais vezes, dez ou vinte por dia: que não seja assim o gosto que eu também decorei. E na televisão as notícias não são boas, nos jornais alguém morreu, nos livros o personagem não se encontra no tempo, nas ruas as pessoas não dão "bom dia". É que te decorar me trouxe mais poesia do que já havia me acostumado a viver. E agora, qualquer tristeza me faz questionar a alegria. Ou não, ou eu sempre fui presa fácil ao lado ruim. Ou não, ou seus detalhes é que despertaram. Logo adormeço, ou não.
Ou você vem. Ou não.
Ou eu sorrio. Ou não.
Ou falei sobre sobre você. Ou não.
Ou você nunca mais falou sobre mim. Ou... Sim.
E de um dia foi se fazendo tantos outros. Costurando firme, ou não, a coberta que ainda nem entendia de inverno, mas já sentia o frio se aproximando. De um calendário inteiro, um turno ou dois, um mês ou um ano, uma etapa ou um clico: uma vida. Juntando tudo, dava o atropêlo e o atropelado. Eu e você, eu e alguém, eu e até ninguém. Solidão também é atropêlo. Ou não? Sim. Companhia é atropêlo. Ou não? Sim. De uma noite ou de um dia, tudo o que se fez ninguém sabia, mas como era bom, como era repetitivo o "bom", sempre urgente, passando por cima do exterior, fechando entre os dedos apertados o interior ainda mais apertado, que se revelou um aconchego à beira do precipício. E como é duro viver à beira do precipício sem saber onde está.
Dos mil detalhes que decorei, guardo em mim a saudade. Que me atropele mais vezes, dez ou vinte por dia: que não seja assim o gosto que eu também decorei. E na televisão as notícias não são boas, nos jornais alguém morreu, nos livros o personagem não se encontra no tempo, nas ruas as pessoas não dão "bom dia". É que te decorar me trouxe mais poesia do que já havia me acostumado a viver. E agora, qualquer tristeza me faz questionar a alegria. Ou não, ou eu sempre fui presa fácil ao lado ruim. Ou não, ou seus detalhes é que despertaram. Logo adormeço, ou não.
Ou você vem. Ou não.
Ou eu sorrio. Ou não.
Ou falei sobre sobre você. Ou não.
Ou você nunca mais falou sobre mim. Ou... Sim.
Ou sim...
ResponderExcluirSim ou não...
Sim e não...
Nada é definitivo, nada é pra sempre. Ou não...
Ah, Cah... aconteceu.
♥
E é substituir esse rô de "sims e nãos" por novos "talvez".
ResponderExcluirTalvez aconteça, talvez não. Talvez a gente enlouqueça, talvez não.
São tantos talvez.
Boa noite. <3