Pra te falar da noite

Nada pra mim by Ana Carolina on Grooveshark
Diz aqui, pertinho do meu ouvido, que não vai passar. Passe o tempo que for, venha a chuva que vier, nós ainda não passaremos. "Seremos a resistência". E não haverá guerra mais bonita que o nosso amor.

Coordena as minhas palavras, porque eu já tive muito medo de não fazer sentido. Hoje em dia, só me entrego à confusão. Eu até gosto de voar contra o vento. Deve ser por isso que o meu canto preferido é você, no vento mais contrário às probabilidades. Deve ser por isso que a vida nos atrapalha e a gente se "desatrapalha". Deve ser por isso que eu insisto, insisto e insisto na repetição dos nossos dias.

Se a gente estiver longe, há muito mais estradas do que se imagina. Quando eu te enxergo, é muito mais do que você: somos nós. E o plural nunca me caiu tão bem. Eu quero, sim, ouvir aquelas coisas que mais ninguém diz, aquelas que a gente troca numa confissão que sempre parece estar na hora errada. Mas eu até gosto de errar a hora, se for para entrar no teu tempo.

Você supõe que eu sei para onde vou. Eu suponho que você nunca sabe, mas sempre acaba indo. E eu gosto do acidente que nos junta. Eu gosto de "ficar na tua". Reinvento palavras só pra ver se você quer me ouvir e aí já nem sei mais o que queria falar, porque eu só queria te ganhar, te guardar, te segurar.

Pra te falar mais da noite, eu dormi por te querer aqui. Acordei te escrevendo, te relembrando que a vontade nunca passa e te contando que "eu não quero cantar pra ninguém a canção que eu fiz pra você, que eu guardei pra você, pra você não esquecer que eu tenho um coração, e ele é seu".

Essa noite eu dormi o mais cedo que pude, mal tive tempo de te falar sobre nós. Eu não queria lembrar que você não estava aqui. 


Ps1: hoje, quando eu acordei, ainda era o quadro dos Beatles na minha parede; quando a gente vai abandonar eles e trocar pelo teu sorriso mesmo?

 Ps2: eu tinha palavras, mas ainda preferi a canção (me perdoa por desafinar).

Ps3: as noites são mais bonitas que os dias; você é a noite que eu não quero acordar.
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Autor: Camila Costa

Dizem que "essa guria tem uma caneta no lugar do coração". É gaúcha, jornalista e quase adulta com 23 anos. Um dia chega lá.
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