Você olhou o dia cinza pela janela e não levantou. Virou para o lado e viu que eu já tinha acordado e te encarava com olhos de incerteza. Você não quis pedir, mas queria que eu ficasse. Eu não quis perguntar, mas sabia que você também gostava. Se falássemos, quebraríamos aquele contrato mudo de não tocarmos nessas coisas sensíveis da vida.
Nós vivemos nessa metáfora de um dia cinza. Estamos nela há algum tempo e teimo em dizer que eu entrei primeiro e te puxei. Mas você bem sabe que tem suas próprias nuvens escuras, os seus pés atrás, o seu trauma de viver e se esquecer. É que nem tudo dá certo, embora nós sempre acabamos o dia fingindo o contrário. É que nem sempre eu te digo tudo que quero dizer, e nem sempre você sabe se quer escutar.
Nossa outra metáfora envolve bebida e música alta. Eu digo que vou no banheiro e você diz que vai pegar mais bebida. Na volta nos olhamos de cantos opostos, aquele ar de incerteza, de novo. Eu não sei se você quer que eu volte. Você não sabe me dizer para ficar por ali no mesmo canto que você e fica com o meu sorriso de canto enquanto procuro meus amigos. Eu fico com o seu jeito superior de quem só quer saber da música. Não falamos, não queremos quebrar o contrato.
Quando questiono nossas voltas em círculos você diz aquelas coisas de sempre:
- Tu não sabe o que tá fazendo.
Eu nunca sei, mas sempre te contesto:
- Eu sei. Não sou igual a ti.
Entre as acusações, metáforas de dias cinzas e festas noites adentro, estou tentando encontrar a nossa realidade. Você lê as mesmas páginas que eu? Ou errou o livro? Você me acusa por gosto ou por medo de me pedir para ficar? E quando será que vamos acertar nesse jogo de quem sempre desconfia do destino? No fim eu tenho as entrelinhas e você a caneta; acabamos com um papel em branco amassado. Mas gostamos. Não podemos falar, mas deixamos para a vida entender.
Eu não sei mesmo o que faço, mas sei o que você pensa. Não é uma mesa de bar que vai nos consertar, nem é ali que você vai deixar de me olhar como se eu fosse só uma criança buscando um lar. Você não precisa me abrigar, só precisa me deixar entrar. E desde que a gente se enxergue por dentro, as metáforas podem clarear. Eu não sou como você pensa, mas não adianta nada eu te contar. Você precisa querer escutar.
E quando fecho os olhos, vivendo de sonhos e mais metáforas, ainda estamos na mesma cena, não há silêncio, só há risadas, não há jogos, só há palavras bem ordenadas. Quando fecho os olhos eu leio tudo aquilo que não falamos.
Nós vivemos nessa metáfora de um dia cinza. Estamos nela há algum tempo e teimo em dizer que eu entrei primeiro e te puxei. Mas você bem sabe que tem suas próprias nuvens escuras, os seus pés atrás, o seu trauma de viver e se esquecer. É que nem tudo dá certo, embora nós sempre acabamos o dia fingindo o contrário. É que nem sempre eu te digo tudo que quero dizer, e nem sempre você sabe se quer escutar.
Nossa outra metáfora envolve bebida e música alta. Eu digo que vou no banheiro e você diz que vai pegar mais bebida. Na volta nos olhamos de cantos opostos, aquele ar de incerteza, de novo. Eu não sei se você quer que eu volte. Você não sabe me dizer para ficar por ali no mesmo canto que você e fica com o meu sorriso de canto enquanto procuro meus amigos. Eu fico com o seu jeito superior de quem só quer saber da música. Não falamos, não queremos quebrar o contrato.
Quando questiono nossas voltas em círculos você diz aquelas coisas de sempre:
- Tu não sabe o que tá fazendo.
Eu nunca sei, mas sempre te contesto:
- Eu sei. Não sou igual a ti.
Entre as acusações, metáforas de dias cinzas e festas noites adentro, estou tentando encontrar a nossa realidade. Você lê as mesmas páginas que eu? Ou errou o livro? Você me acusa por gosto ou por medo de me pedir para ficar? E quando será que vamos acertar nesse jogo de quem sempre desconfia do destino? No fim eu tenho as entrelinhas e você a caneta; acabamos com um papel em branco amassado. Mas gostamos. Não podemos falar, mas deixamos para a vida entender.
Eu não sei mesmo o que faço, mas sei o que você pensa. Não é uma mesa de bar que vai nos consertar, nem é ali que você vai deixar de me olhar como se eu fosse só uma criança buscando um lar. Você não precisa me abrigar, só precisa me deixar entrar. E desde que a gente se enxergue por dentro, as metáforas podem clarear. Eu não sou como você pensa, mas não adianta nada eu te contar. Você precisa querer escutar.
E quando fecho os olhos, vivendo de sonhos e mais metáforas, ainda estamos na mesma cena, não há silêncio, só há risadas, não há jogos, só há palavras bem ordenadas. Quando fecho os olhos eu leio tudo aquilo que não falamos.
A gente não se fere por gostar. A gente se fere por não saber como gostar. E eu ainda te quero de metáfora nas minhas frases preferidas.
Adoro tuas postagens... Continue escrevendo...
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