Fear.

I'm Not the Only One by Sam Smith on Grooveshark

Você sempre quis saber como seria se o telefone tocasse no meio da noite interrompendo o nosso sono e do outro lado uma voz velha conhecida me pedisse para voltar. Você sempre quis saber se era tudo ou nada, distração ou certeza. Você sempre me olha nos olhos como quem quer mais, mas não sabe até onde se pode chegar.

Entre a distração e a certeza você erra. Eu erro. Erramos, você no seu canto e eu no meu, mas de jeito tão parecidos que até o perdão nos compreende. São coisas de cidade pequena, que por mais longe que possamos ir as notícias nos acompanham, por mais que a gente tape olhos e ouvidos. São coisas suas, que ainda não acredita em mim. São coisas minhas, que me divido aqui e ali, que quase não sei, mas juro, te juro, eu sei... É que saber não basta, nunca bastou. E aí está o nosso erro: você sempre quer saber.

Então aqui estão algumas verdades. Eu não dormi de novo. Uma sexta, um sábado... Eu perdi o sono mais uma vez entre as palavras que deixamos pela metade e as coisas subentendidas, porque no fundo dá um medo desgraçado de saber tudo. Além da insônia, posso te contar que fugi de tudo, de você, de qualquer lembrança - material ou imaterial -, de pessoas parecidas com o seu jeito de andar ou com o seu perfume. Foram dias difíceis, porque eu já decorei as suas manias. No fim, acho que fugir é mais difícil do que chegar, por mais que chegar, nesse caso, seja um grande caminhão, pesado e cheio de bagagem. Mas, também nesse caso, chegar é te ver, é sorrir, é perdoar e pedir perdão. É difícil até acertarmos o passo. É aliviador até o próximo buraco para tropeçarmos.

Mas nas verdades também estão escondidas os hematomas mais internos. Você não lembra, mas o meu refrão mais romântico tem o teu desprezo mais azedo. E o meu refrão mais triste tem o teu sorriso mais colorido. Olha, vou te falar baixinho que é para o mundo não saber: o nosso preto e branco me cai bem.

Você sempre quis saber porque nós andamos tanto em círculos... Não é o tempo, garota. Não é o relógio e nem a chuva. É o medo. Sempre foi só o medo.

Você é certeza... Uma pena essas nossas distrações.
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Autor: Camila Costa

Dizem que "essa guria tem uma caneta no lugar do coração". É gaúcha, jornalista e quase adulta com 23 anos. Um dia chega lá.
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