O que nos mantem unidos...

Cumplicidade é uma coisa tão... bonita. É aquilo que segue nos deixando próximos até de alguém que nunca mais falamos. Porque é assim que acontece: pode acabar tudo, mas a cumplicidade segue. Ela pode ser silenciosa, sentida apenas pelo espaço de um segundo que se dá o olhar entre duas pessoas que tanta história já tiveram juntas um dia, mas ela existe, está ali, oculta para todos, mas presente para quem a carrega. É aquele momento que ninguém percebe quando duas pessoas muito próximas entendem a mesma coisa sem nem se olharem.

Guardamos com nós tantos segredos dos outros, tantos momentos compartilhados e que ninguém pode sentir a intensidade deles além de nós, e acho, aliás, tenho certeza, que o que resta de tudo isso é a cumplicidade. As pessoas brigam, distanciam-se, passam até a se odiar, mas há sempre algo que uma segue sabendo da outra e que ninguém mais sabe. Isso é cumplicidade. É um olhar que diz ‘eu te odeio, mas aquilo ainda é segredo nosso’. É um olhar que também diz ‘não sinto a sua falta, mas aprontamos tanto e nunca falei nada por aí, é só nosso’. É o tipo de coisa que apenas se sente.

Outro dia encontrei uma pessoa que não via há muito tempo. Numa rápida troca de olhares eu soube: podemos estar uma em cada canto do planeta, tem coisas que são apenas nossas. Somos cumplices de muitas pessoas e nem nos damos conta do quanto isso nos conecta. Não é uma sintonia, porque ela acaba, não é simpatia, porque também acaba. Não é só amizade ou amor. É isso: cumplicidade. São memórias que ainda nos tornam parte de outro alguém. São cumplicidades que o tempo não leva. Pode levar o sentimento, a pessoa, a história inteira, mas aquela coisa de reconhecer que o outro também lembrou daquilo quando nos viu, ninguém leva.
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Autor: Camila Costa

Dizem que "essa guria tem uma caneta no lugar do coração". É gaúcha, jornalista e quase adulta com 23 anos. Um dia chega lá.
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