Tentando o lado verde



Ando tentando ser uma pessoa mais madura. Alguém sabe exatamente o que isso significa? Quando eu conseguir descobrir, prometo que aviso! Mas o fato importante é esse: estou tentando mesmo. Tento não tomar mais decisões infantis e precipitadas, procuro escolher melhor as minhas palavras porque já magoei gente demais, deixo de lado os problemas bobos que se resolvem em cinco minutos, escuto mais a minha própria cabeça e converso mais ao invés de sair ficando braba. É difícil? Pra caramba! Tudo bem que sou uma pessoa até calma e paciente com os outros, mas ainda é difícil quando encaro eu mesma. Posso me atrever a dizer que não nasci para tanto equilíbrio, tanta coisa certinha e bem pensada. Eu tenho a cabeça no coração, simples assim. Isso machuca, traz problemas demais e algumas lágrimas também. Só que agora eu tenho consciência de que não dá para ser a criança mimada e chateada para sempre. A gente se quebra e tem que aprender a se reconstruir do dia para noite.

Uma hora, mais cedo ou mais tarde, a realidade bate na nossa porta. Ela exige que relevemos mais algumas coisas e repensemos outras mais. Eu repensei muitas, admito. Claro que não cheguei a quase nenhuma conclusão porque a minha cabeça dá voltas demais, mas considerei algumas coisas importantes. O que eu sei agora é que existe eu e existe um mundo todo que vai me atropelar se eu não aprender a andar do jeito certo. Olha, essa é uma confissão besta e sincera: mal sei atravessar uma rua direito, que dirá aprender o jeito de andar na vida! Pois é, preciso aprender. É por essas e outras que ando assim, vestindo um papel de pessoa mais madura. Tem dias que eu fico mesmo é me perguntando como algumas pessoas conseguem ser tão centradas, tão... nem aí. No meu ponto de vista, quem pouco reage à vida, pouco a vive. Mas, cada um é cada um. Acabo me conformando até de ser dessa forma tão desequilibrada e excessiva.

A maior lição mesmo anda sendo eu aceitar que tem coisas que não vão ser como eu quero e ponto final. Dos meus sonhos eu não abro mão, já aviso! Porém, não dá para querer sempre fazer tudo na hora que bem entender. Não dá para sair deixando o sangue ferver e as palavras saírem da boca como se fossem uma balão de canhão atingindo quem não merece. Não dá para achar que o mundo se curva às nossas mil vontades. Muitas coisas nós é que fazemos acontecer, outras é o tempo quem dita o andar da carruagem. Pode parecer bobagem, mas custa e dói aceitar muitas dessas coisas. Entender eu até entendo. O problema é essa minha mania de contestar tudo e achar que posso fazer diferente. Viu, imatura da cabeça aos pés. Imatura por amar demais, querer demais, acreditar demais, pensar demais e sentir demais! Imatura por ser excesso em tudo que precisa de um pouco de cuidado. Desculpa, a minha cabeça um dia vai entrar no tal jeito certo da vida. O que não vai dá para mudar em hipótese alguma é esse meu coração teimoso. Ele insiste que até as coisas erradas tem conserto, é assim mesmo.

No fundo, sabe o que eu acho? Nunca nenhum de nós estará verde o bastante para sermos declarados maduros. Mas vou tentando... Na minha imaturidade de achar que tenho conserto, vou tentando. Vou ser sempre uma criança tentando crescer.
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Autor: Camila Costa

Dizem que "essa guria tem uma caneta no lugar do coração". É gaúcha, jornalista e quase adulta com 23 anos. Um dia chega lá.
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