Cinco dólares e um café?



Ontem, enquanto assistia a um filme, fiz uma “reflexão” legal na minha cabeça – sim, eu e a minha mania de sempre ficar pensando em tudo. O filme era “Mensagens de amor” e a história se dava a partir do casal protagonista, que ficava trocando inúmeras mensagens via celular. Em uma delas um convida o outro para um café, dizendo que o dinheiro não pode comprar tudo, mas ainda compra um café de cinco dólares em uma boa companhia. É verdade, e eu nunca tinha pensado tão grande e tão pequeno ao mesmo tempo. O que o dinheiro compra hoje em dia? Muitas coisas. Compra férias maravilhosas em um cruzeiro com toda família, meu desejado passeio por Nova York ou Paris, um ensino de qualidade em um bom colégio, uma casa grande e com aparente segurança, um casamento dos sonhos, roupas maravilhosas, sapatos – sempre eles -, carros e toda tecnologia possível. Ultimamente anda comprando pessoas e companhias, mas, no fim das contas, essas acabam sendo falsas. E, na outra ponta do pensamento, há as coisas que o dinheiro não compra, como amor, amizade, carinho, sinceridade e pessoas com valores verdadeiros.

Mas isso tudo se encontra nos extremos, nas coisas materiais e espirituais que o dinheiro compra ou não. Há um intermédio entre isso tudo. Há o que cinco dólares podem fazer no seu dia: um café com alguém importante! E o quão significativo é um café? Você e a pessoa sentam, pedem um café, trocam um olharzinho cúmplice esperando o pedido do outro, esperam, analisam as coisas em volta, discutem assuntos pendentes, fazem o que quiserem e tiverem para fazer. Enquanto isso o café chega, vocês tomam, sentem-se aquecidos por dentro, tanto pelo café quanto pelo bom momento compartilhado. É diferente de simplesmente encontrar alguém sem querer e ficar parado conversando por alguns instantes. O café deixa a lembrança. O café traz um sabor especial. Você vai passar a lembrar daquele dia como o dia em que tomou café com aquela pessoa e teve aqueles minutos ou horas tão agradáveis. Nas outras vezes em que tomar um café, a memória vai sempre ressuscitar a boa conversa daquele dia.

Ok, mas o que realmente me interessa não é o café ou os cinco dólares, mas sim essa coisa “pouca”, pequena, esse gesto tão inocente de dividir um café que a gente compra com meros cinco dólares – ou reais – e nem percebe o valor. Aquelas coisas tão significativas que nem nos damos conta porque ficamos tão vidrados naquela viagem magnificamente cara que nos faria tão felizes e não temos dinheiro para pagá-la. Já reparou isso na sua vida? Como você deixa passar as coisas “baratas” por só reparar nas caras? Eu já. Existe muito coisa inesquecível espalhada pelo mundo e nem sabemos. Não damos nem chance. Não convidamos nem o melhor amigo para um café de cinco dólares. Quem você convidou para algo assim esse ano? Quantas pessoas será que não estão esperando o seu convite? Custa tão pouco, mas vale tanto... O dinheiro compra sim muita coisa, qualquer um sabe da importância dele, e não compra mesmo as que mais importam. Tudo isso segue sendo verdade universal. Porém, distraidamente, ele pode te levar a esses leves e bons momentos.

A sua vida não tem preço, os seus amores e as suas experiências também não. Ninguém pode lhe impor um valor. Ninguém pode também dizer que você nunca vai chegar até Paris se o seu sonho é esse e nem lhe julgar por isso. Mas, diga você, como cinco dólares podem realmente valer a pena? Que pequena grande coisa vem em mente? Eu tenho uma sugestão, mas acho que essa você já sabe.
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Autor: Camila Costa

Dizem que "essa guria tem uma caneta no lugar do coração". É gaúcha, jornalista e quase adulta com 23 anos. Um dia chega lá.
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