"Escalonamento" dos solteiros


Hoje é o dia dos solteiros. Ok, serei clichê e escreverei sobre isso. Fiquei um tempinho pensando sobre o que eu poderia escrever para não cair tanto assim em clichês e surgiram algumas coisas na minha cabeça. Aliás, surgiu uma ideia bem básica de fazer a divisão dos solteiros. Assim como estar namorando nem sempre é sinônimo de amar, estar solteiro nem sempre é sinônimo de não amar também. Então, vamos lá.

Existe uma escala de solteiros - pelo menos agora existe. Lá no finzinho dela, no lugar mais indesejável, encontram-se os infelizes. São aqueles que estão solteiros, não queriam estar e não sabem o que fazer para mudar isso, logo, não fazem: continuam solteiros, chorões e infelizes. É o tipo que ainda acredita fielmente no amor, mas parece ser um grande caso perdido e tudo o que mais queria era um domingo vendo Faustão e fazendo cafuné em alguém - que não seja a mãe, o cachorro ou o amigo, por favor. Bom, um pouco acima - mas não menos rebaixados - estão os desesperados. Sim, é aquele tipinho que já chega gritando que vai no baile procurar o seu negão. Tem coisa mais vergonhosa? É exatamente isso: esses, além de desesperados, são vergonhosos! Não podem ver pessoas que já saem caçando e vendo as possibilidades de se dar bem. É claro que quase nunca se dão bem, afinal, ninguém dá bola para gente desesperada, não é? Eu sei que é. Seguindo, os próximos da fila são os medrosos. Sinceramente, eu acho eles os mais engraçados. Sempre gritam pelos quatro cantos do mundo que são felizes assim, fingem-se de autossuficientes e duvidam do amor, porém, sofrem mais que todo mundo quando colocam solitariamente a cabecinha no travesseiro para dormir todos os dias. Eles amam, possuem um coração, ainda que duvidoso, mas tem um medo enorme de se entregar a isso, perder o controle e todas aquelas locuras que o amor pode causar. É meio do tipo "agora eu to solteira e ninguém vai me segurar". Minha querida, apenas cantar isso já mostra o quanto não querias estar solteira.

Entrando numa faixa mais intermediária da escala, estão os problemáticos. São aqueles que tentam, nadam, nadam, nadam e morrem na praia! Não se sabe bem por que motivos, nunca dão certo com ninguém. Não conseguem lidar com relacionamentos e nem fazê-los durar. Mas, vale lembrar, ao menos tentam. Parece que eles nunca vão encontrar a tal alma gêmea e a coisa nunca vai andar, mas calma:  um dia aparece o príncipe - ou o sapo mesmo - encantado. Eles podem ser também aqueles que já encontraram o amor das suas vidas, mas ainda não avisaram a outra criatura disso. Melhorando a história, surgem os tranquilos. O nome já diz tudo: estão completamente tranquilos com a própria situação. Se o amor resolver aparecer, será bem-vindo, mas se não vier, também não será o fim do mundo. Não forçam e nem reclamam. O que acontecer, estará de bom tamanho. Por fim, há os felizes. Contrariando os infelizes, esses sabem viver bem a sós. Estão numa situação confortável e projetam que ela continue assim por um tempo. Solteiros por opção própria, não significando que querem sair "pegando" todo mundo. Nada disso. Também não possuem nada contra o amor, nenhuma repulsa ou grande trauma. Aproveitam o que a vida tem de melhor sem levar tudo em função de um namoro que nunca surge e o amor não colabora. São felizes no dia dos namorados, felizes no dia dos solteiros e seguem felizes como estão no resto dos dias. Por um motivo ou outro mais particular, escolheram estar exatamente onde estão.

Estar solteiro pode ser ou pode não ser uma opção. Mas uma coisa eu garanto: nem sempre significa o que parece significar.

Obs: a foto é mais ou menos uma homenagem. Dá pra ser solteiro, mas por amor de Deus, tenha amigos!
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Autor: Camila Costa

Dizem que "essa guria tem uma caneta no lugar do coração". É gaúcha, jornalista e quase adulta com 23 anos. Um dia chega lá.
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2 comentários:

  1. Pô, Camila... apesar de considerar teus textos voltados mais ao universo feminino, gosto de lê-los. Tento utilizar alguns deles para conhecer melhor o que se passa na cabeça de uma mulher, mas desisto logo após por perceber que não é simples. Aliás, é muito difícil. Eu bem que queria entender um pouco, pois daí utilizaria ao meu favor na clássica "trova" com as gurias de Satolep. :P
    Mas voltando aos teus textos, realmente fico impressionado com a qualidade deles. São sempre bem escritos e argumentados. Sem dúvida alguma do que direi, és a mais talentosa na arte da escrita entre os que conheço. E para mostrar que estás num patamar altíssimo, digo-lhe que conheço uma galerinha que escreve demais! Mas tu é fora do padrão (propagando do meu blog na frase, haha). Encerrando este comentário/texto, saiba que sinto muito orgulho em estar cursando jornalismo contigo, ainda mais sabendo que escreves tão bem. E afirmo isso porque gosto de estar rodeado de pessoas interessantes, e daí consigo crescer junto. Além disso, não fazes "propaganda" do teu blog ou dos textos, e valorizo isso. Tu sabes que não precisas disso. A tua "armadilha" são tuas palavras. Sorte de quem cai nela.

    Era isso, Camila. Foi um prazer ler teus textos.
    Grande beijo.

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  2. Nossa, Pedro, muito obrigada! Sinceramente, ler essas coisas boas de ti, que é uma pessoa que eu tenho certeza do quanto escreve bem e lê muito, é mais do que importante! Eu fico muito feliz por essas tuas ótimas opiniões! Acho que ainda tenho muito pra melhorar, mas no fundo nunca vou achar que ficou bom o bastante hehe
    Essa coisa de entender o universo feminino eu te aconselho apenas a tentar não enlouquecer, porque uma coisa bem confusa mesmo! Mas faz o teu melhor que todas elas agradecem :) E tenho meio que "momentos... Uma hora fico mais focada nesse universo, dai daqui a pouco mudo, é assim mesmo!
    Essa coisa de divulgar não é muito comigo mesmo... Nem tenho jeito pra isso! No máximo ali no twitter e facebook e ponto final, quem gosta de ler vai ir recomendando e um dia eu chego lá haha

    Muito obrigada outra vez, querido! Ah, adoro teu blog também, viu?
    Beijão e não deixa de ler aqui!

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