As quatro coisas


Há quatro coisas das quais eu gosto muito: metáforas, café, poesia e inverno. Hoje eu vou usar as quatro, juntá-las – nem eu sei bem como – e tratar de um assunto recorrente aqui e em qualquer outro lugar do mundo: o amor. Se estou apaixonada? Claro. Pelas pessoas, a vida, os livros, as letras. Enfim, todos vivem apaixonados, seja lá qual for o motivo que carrega no coração.
O amor é um café da manhã quentinho com pão e manteiga diariamente; uma rotina que nunca cansa. É um convite para aquecer o corpo com um café em meio ao inverno congelante. É uma poesia que não deu certo. É uma poesia cheia de rimas ricas e reais. Amor, de mil modos, é ambíguo: amor e ódio. Às vezes você odeia amar tanto. Outras vezes você só ama tanto que odeia. No fim é tudo a mesma coisa. E é normal também. É extremamente normal o amor assumir essas mil faces e metáforas bobas que eu finjo saber fazer.
Vocês conhecem a lenda de Tristão e Isolda? É lá da Idade Média e mostra como os dois se apaixonaram perdida e erradamente um pelo outro graças a uma poção mágica que tomaram. Casaram-se com outras pessoas e Tristão morreu sem Isolda chegar a tempo de vê-lo graças aos vilões da história. Isso virou romance escrito e reescrito mil vezes já na história. Virou uma típica poesia que não deu certo, entendem? É uma ótima história de amor que comove, é realmente linda e encanta, mas não deu certo. Porque o amor não tem essa obrigação de dar certo. Há histórias incríveis que precisavam acabar para seguirem sendo eternas. E há outras que seria um pecado gravíssimo se acabassem, as de rimas ricas, com a combinação perfeita entre cada verso.
É até engraçado ficar aqui pensando quantos jogos de palavras dá para fazer com o amor. Quantas poesias não ficaram inacabadas quando interrompidas por um beijo, quantos cafés não esfriaram esperando o amor chegar e quantos invernos não congelaram a alma sem um amor para aquecer? Quantos amores pela vida não deixaram de existir apenas enquanto eu escrevo isso? E quantos outros nasceram? Vários, incontáveis.

Hoje eu somente vim brincar aqui com as palavras e o amor porque faz muito frio lá fora, o café esfriou me esperando escrever, a poesia não rimou e a metáfora ficou completamente para outra hora. Espero que vocês não achem delirante demais.
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Autor: Camila Costa

Dizem que "essa guria tem uma caneta no lugar do coração". É gaúcha, jornalista e quase adulta com 23 anos. Um dia chega lá.
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