Um poeta/ladrão


- Da próxima vez, avise.
- O quê, minha flor?
- Que vai me roubar.
- Ah… Não gostou da surpresa?
- Gostei.
- Então diga, qual o problema?
- Cada vez que você me rouba do mundo, eu sinto que não tenho controle de mim mesma.
- Isso é ruim, certo?
- Eu só preciso que você avise. Preciso me preparar para sair de órbita.
- Minha flor, você torna tudo tão poético…
- Você não entende. Poesias afloram os sentimentos. Experimente.
- Você é a minha poesia, eu não preciso ler nenhuma outra.
- Ah, pequeno… Você mal sabe quantas poesias saem dessa sua voz rouca e baixa no meu ouvido.
- Queres dizer que sou poeta?
- Quero dizer que és o meu poeta.
- E poetas podem roubar, não podem?
- Se for amor, sempre.
- Então sou poeta.
- És?
- O poeta que rouba o teu amor.
- Sim, és poeta.
- O teu.
- Somente meu.
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Autor: Camila Costa

Dizem que "essa guria tem uma caneta no lugar do coração". É gaúcha, jornalista e quase adulta com 23 anos. Um dia chega lá.
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