Sejamos!

Vou defender a minha ideia de que devemos ser importantes. Porém, não me refiro a ser importante por aquilo que se tem, mas por aquilo que se é e se permite ser. Por aquilo que quem nos ama consegue reconhecer e levar de nós. Ser importante pelo pouquinho, pelo simples, mas por aquilo que é sincero, significativo.

Creio que todos nós deveríamos ser importantes dessas formas pequenas. De formas que nos levem a cavar um lugar cheio de sorrisos dentro de outras pessoas. Coisa boa é lembrar daquele alguém que pode nem estar mais presente no nosso dia a dia, mas que apenas de lembrar o quanto era uma pessoa espirituosa, que trazia coisas boas consigo, já sorrimos! É o tipo de gente que marca. Marca na vida dos outros por ter sido cem por cento o que a natureza quis que fosse. Marca por ter chorado quando não aguentou, ter se mostrado forte por quem ama e por nunca ter negado um sorriso ao mundo. É isto: que nunca neguemos sorrisos ao mundo! Mas sorrisos do fundo da alma. Não sorrisos soltos para disfarçar a dor. Sorrisos de quem sabe cada ponto positivo e negativo da vida. Isso é ser importante! Isso é ficar marcado para sempre como alguém cheio de alma.

Talvez sejamos importantes para pessoas que nem imaginamos, assim como, pessoas que nem imaginam, ainda são importantes para nós. É o que me faz acreditar que a vida tem algum sentido, mesmo que meio torto. Um sentido que explica porque alguém chega e vai embora e porque algumas pessoas conseguem ser tão fortes dentro de nós. Explica ainda os motivos de não conseguirmos viver sozinhos. É que precisamos ser importantes. Temos necessidade de viver no outro, ainda que sejamos negadores dessa necessidade e nos façamos diariamente de autossuficientes. Não somos. Ninguém é. Todo mundo precisa deixar uma marquinha boa. E é por isso que alguns, cheios de si, não conseguem sorrir com o fundo da alma: eles não entendem por que não são importantes!

Importante é quem não vê diferenças, não deixa o abraço para amanhã e não se esquece nem de quem errou depois de tanto acertar na nossa vida. Importante é quem enxerga dentro o que ninguém vê por fora, e sabe que, acima de tudo, todo olhar aflito precisa de um pouco de amor. E não se importa, de maneira alguma, de levar esse amor.

Eu desejo algumas coisas boas a todos nós. Coisas im-por-tan-tes. Desejo que estejamos presentes em memórias alheias. Que alguém já distante lembre do nosso sorriso e se sinta acolhido. Que o nosso bem faça bem ao outro. Que sejamos a saudade batendo no peito de uma velha amizade. Que sejamos o amor que alguém nunca esqueceu. Que sejamos um alguém que sorriu na rua e o desconhecido encantou-se. Que sejamos, hoje e sempre, uma coisa boa que mora dentro de cada um que passou por nós.

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Autor: Camila Costa

Dizem que "essa guria tem uma caneta no lugar do coração". É gaúcha, jornalista e quase adulta com 23 anos. Um dia chega lá.