O Paulo trabalhava como gerente no banco novo da Renata. Ela queria um empréstimo e ele um amor: encontraram-se. A Fabiana tinha medo de avião e precisava pegar aquele voo para ver sua sobrinha nascer. No avião, o Mateus queria esquecer que um dia havia noivado. Quando o Mateus viu aquela mão tremendo na poltrona ao lado da sua, ergueu os olhos e descobriu: um dia, queria noivar novamente. O Carlos resolveu almoçar no restaurante novo da cidade e derramou um copo de suco na moça da mesa ao lado. Depois disso, eles passaram a dividir mais e mais bebidas.
Em São Paulo, a Marta sonhava em conhecer o Sul. Em Porto Alegre, voltando de dois solitários meses longe de casa, o Marcelo sonhava em conhecer um amor. Na saída do aeroporto, sonharam em ficar juntos. Conseguiram! Na festa de aniversário da irmã, a Luiza observava o ex-namorado, agora com outra. O Adriano foi na mesma festa levado por um amigo, esperando uma parada rápida. Ficou até o fim, ajudou Luiza a arrumar os pratos e copos e quiseram ajudar-se todos os dias.
Cheios de defesas, temos o coração invadido, a vida pega de surpresa e a casa começa a ficar mais cheia, os dias mais povoados e o amor... intenso. E não pense que os encontros são todos marcados, que os jantares levam aos casamentos, que todo amor surgiu de sonhos e longas esperas. Eles surgem nas esquinas, nos distraídos, nos esbarrões, nas inesperadas situações.
Eu não minto. As histórias ilustradas em álbuns de fotografias, contadas na porta da Igreja no dia do casamento, recontadas aos filhos e netos por anos e anos, comprovam o que os vagos encontros e reencontros dessa vida já nos contam há muito tempo: o amor surge nos olhos de quem se reconhece, sabe-se lá de que vida.
É isso. O amor é um clichê cheio de particularidades.
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