É irônica a felicidade quase infantil de construir castelos de cartas, trilhas com peças de dominó ou empilhar latinhas de bebidas. Após o feito, a alegria maior se dá em apreciá-lo e depois puft!, destruí-los. Ver tudo cair, lançar uma bola bem no meio da latinhas, empurrar a trilha e ver as peças derrubando uma a uma.
É irônico construir para desconstruir, embora seja um bom slogan para a vida. É brincadeira, tudo bem, não vamos levar tudo tão a sério assim, mas continua sendo irônico, não é? A nossa capacidade de destruição, o talento nato para acabarmos com o belo... Tudo soa irônico quando nos vemos acabados.
Seria como jogar boliche, mas não estar em uma competição. É como querer ganhar da vida, da gravidade, da física e da natureza, mas mal ter um pingo de noção do que isso significa. Mal entender que tirar os pés do chão é muito mais simples do que parece.
As metáforas estão nos castelos que nunca foram fortes como aparentam ser. E num sopro tudo vai ao chão.
Não há gravidade que nos salve da tragédia.
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