A garota do filme preferido

Put a Record On by Unkle Bob on Grooveshark


Filme preferido é sagrado. E personagem preferido no filme preferido? Aí a coisa é mais séria ainda!
Precisa, basicamente, ser a Megan Fox surgindo magicamente de um carro em Transformers. E nem é de Megan Fox que eu quero falar...

Nunca pensei em ter alguém que fosse como o personagem preferido do meu filme preferido. Nunca, até você ser você, que parece muito a personagem preferida daquele filme que eu decorei as falas e os diálogos e, olha, se quiser mesmo saber, até a decoração, e nada supera seu enfeite no meu sorriso.

Demos de cara com as coincidências, acho. Sou o cara, o quase mocinho, e você é ela, a pseudo mocinha. Não que ela não acabe sendo a mocinha, porque a mocinha, no fim das contas, é sempre a mocinha mesmo que dê mil voltas, mas, assim como você, ela reluta demais em acreditar que merece ser feliz. Ela sorri, ela chora, ela bebe, ela se perde, ela se acha, mas nunca, nunca se entende. A paz dela é o conflito.

Assim como você, ela também bebê demais quando as coisas ficam duras, mas é só um período meio ruim. Ela é um problema, desde a primeira cena já acusa isso. O caos dela é inevitável, o mundo estranho, o mistério que cala na hora errada, a certeza agora e a dúvida depois. E o caos dela prende aquele cara que nem teve culpa, que queria somente deixar ela em segurança e quando viu ele mesmo já estava em apuros demais. Dessa vez, é o mocinho quem quase se dá mal! E eu, que nem sou tão mocinho assim, entrei na onda de me dar mal.

Você anda em zigue-zague, despista o coração, sufoca a dor e faz essas coisas de quem se perde toda hora. E o que eu faço? Fico te esperando no fim da estrada. Fico olhando seu caminho desequilibrado como se eu tivesse algum equilíbrio, te esperando no fim da linha e como se você fosse o "trem e eu a estação". Fico esperando para segurar teu coração que foge pela boca e dar carinho à dor que teima em dizer "não é nada". Você tropeça, me erra, cega o sentimento, pega um atalho, vai, volta, teima, manda embora, foge e depois se acanha no acostamento pensando que ninguém vê. E eu? Eu me deito para ser o seu acostamento.

O cara no filme poderia ter escrito isso à garota no lugar daquela carta do fim, que eu invejo muito, por sinal. Ele poderia, tranquilamente, ter dito que ela é o problema e ele a solução, como eu quero te dizer/ser. Porém, sou eu quem diz, e não é para ela, é para ti. Não é olhando para a tela que passa o filme, e sim encarando o celular com a sua foto. É vendo o filme da vida real, que duvido muito ter um final feliz como o deles.

Na vida real, você sabe, o roteiro sai muito de ordem.
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Autor: Camila Costa

Dizem que "essa guria tem uma caneta no lugar do coração". É gaúcha, jornalista e quase adulta com 23 anos. Um dia chega lá.
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