Pra você me ver


With You by Cris Brown on Grooveshark


Não me veja como se eu fosse igual a todo mundo. Minha mania de me sabotar faz com que eu não me ache grande coisa e sempre cite primeiro os meus defeitos, é verdade, mas todo mundo tem alguém preferido no mundo. Eu só quero ser a sua coisa preferida nesse mundo.

Falo de amor mais do que as pessoas normais e talvez isso possa te irritar, enjoar, cansar, sei lá. Pode te afastar, criar medo, expectativas frustradas, todas essas coisas negativas. Mas o meu "falar" nesse caso é "escrever". Falar mesmo eu falo é quase gaguejando, e isso pode te frustrar mais ainda. Embora queira ser a sua coisa preferida no mundo, não quero ter que me disfarçar de outra pessoa. Quero ser eu como a água límpida de um paraíso tropical e ver você da mesma forma. Tudo limpo, inclusive as impurezas.

Não vá me ver como vê todas as pessoas desinteressantes que passam na rua sorrindo ou chorando. Não ache que sou mais alguém que esbarrou sem pedir desculpas, principalmente porque eu com certeza pediria. Não me confunda: gosto de chocolate, mas não de todos; adoro café, mas sem leite; sou boa nas exatas, mas escolhi a área das humanas. Entende tudo isso? Como todos, sou particular demais. E pra você não me achar tão comum e igual a todo mundo, até das segundas-feiras eu posso gostar. Não me olhe tão comum... Me olhe querendo despir meus segredos.

Venha ser diferente também. Não seja simplesmente um verso que fica sem rima ou uma música que não emplaca nas rádios. No meu filme faça questão de aparecer do início ao fim. No meu jogo de palavras seja a segunda pessoa. Em mim, seja a segunda-feira menos igual a do resto. Porque depois é terça e a semana não para, a vida teima em se repetir e alguma coisa me diz: se você sorrir comigo, todo dia é sábado à noite.

Você é como a única estrela que brilha num céu cheio delas e ninguém sabe como consegue. Esse mistério todo também tem o seu valor, mesmo tão sem querer e não planejado. É a exceção, o calafrio, a solidão que se curva à companhia... É a avenida em que sou multidão.

Estou aqui, em tempos onde ninguém mais insiste em estar. Não me vê como um qualquer, nem que seja por isso: por querer ficar enquanto a vida e só uma grande despedida.
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Autor: Camila Costa

Dizem que "essa guria tem uma caneta no lugar do coração". É gaúcha, jornalista e quase adulta com 23 anos. Um dia chega lá.
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