O nosso traço imperfeito é bem desenhado. Eu ando nessa linha torta
mesmo que é para esbarrar em ti, para contornar o mundo e mesmo assim te
encontrar sem correr o risco do "nunca mais". Não perco a fé no nosso caminho e nos passos que estamos
deixando marcados por aí. Eu poderia mudar; você poderia me trocar. E
nós escolhemos, entre tantas trajetórias, amar e corresponder.
Vão
ser tuas as cartas que nunca escrevi, assim como já é tua a minha voz desafinada
cantarolando uma música para o nosso casamento. É teu o meu jeito quieto
de abraçar o amor. Cada vez que a vida lá fora desabar, sinto que
nós podemos nos levantar, porque eu te espero logo ali na esquina e
você me dá a mão e canta uma canção, me chama de novo e já me fala em
amor e paixão. Eu queria ser como você, que me ganha toda vez que bem
entender.
Sempre choveu e eu nunca quis me proteger. Sempre
fui solidão e nunca soube soletrar companhia. Na previsão do tempo e das
palavras, teu amor me consertou. Na previsão da nossa felicidade o meu
amor te convidou para ver o sol. Se a vista não for o bastante daqui, eu
troco esta janela, eu mudo de casa, te levo à praia ou subo a montanha. Eu falo rápido com medo de perder a coragem, mas ser covarde também é deitar e descansar o coração. Deita aqui que a vida já até passou.
Vem cá, meu amor. A gente nunca sabe quanto tempo o tempo ainda tem. Até o nosso preto e branco é colorido no papel reciclado e amassado.
Dessa vida você é a aquarela e o som. Eu sou apenas um giz de cera e o tom.
Te marco em cada flor. Te levo por onde eu for.
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