Ainda por aqui

Assisti um filme engraçado, dei chances àquelas músicas não tão românticas que vivem pelo meu celular, olhei outras pessoas, experimentei bebidas e lugares novos, pensei, repensei, quase fui, mas já voltei. Não sei bem quanto andei, talvez uma quadra, talvez o espaço de uma cidade inteira. Eu estava indo, juro, mas é que sempre escolho ficar.

Não é por rotina. Não é por falta de opção. Não é por não saber ir, muito menos por ser mais fácil assim. Não é pelo “sim”, nem pelo “não”. Eu até tentei, acredita? As pessoas sabem, elas acharam graça de mim, divertiram-se com o meu velho jeito de me meter em confusões tão típicas do meu histórico. No fundo, todas elas sabem que eu voltaria, porque o meu riso é fácil, mas a minha felicidade parece que só reflete no teu sorriso. E eu prometi até que pararia de falar essas coisas intensas. Quando vi, já estava aqui.

Mas você, ah… Você! Uma hora tudo, noutra nada. E nada, nada, querendo morrer na praia mesmo, no vazio, no mar aberto, mas sem profundidade. Querendo me deixar longe e ao mesmo tempo colocando todos os seus muros abaixo por mim. Então, eu te puxo e te chamo logo para se afogar um pouco comigo na vida, porque não tem graça nenhuma a gente se perder sozinho, não acha? Você não sabe se me ama ou me odeia. Não sabe se me coloca no bolso ou se me divide com o mundo. Enquanto isso, vou calando as frases bonitas que só você me faz pensar. “Não vou avançar o sinal vermelho, não vou, não posso”, e fico repetindo isso cada vez que te olho.

A gente se confunde tanto, não é? Não sabe o que faz, nem como faz. Apesar de tudo, somos espelhos, e nos quebramos por puro excesso de cuidado. Já te falei: não pensa muito, dói a cabeça e a vida. Mas, olha, nessas de não encontrar a direção, pode apostar que o meu sinal ainda é verde para nós. Eu só preciso que me mostre qual estrada quer pegar.
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Autor: Camila Costa

Dizem que "essa guria tem uma caneta no lugar do coração". É gaúcha, jornalista e quase adulta com 23 anos. Um dia chega lá.
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1 comentários:

  1. Obrigada por sempre colocar em palavras os pensamentos, que nem sempre fazem sentido e traduzir alguns sentimentos que sinceramente, não têm definição. De alguma forma estranha, suas palavras sempre me reconfortam, por saber que existem pessoas que passam por coisas semelhantes. Obrigada por me mostrar que ainda existe clichê no mundo, e que é bonito. Só queria que soubesse disso, suas palavras me inspiram.

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